quinta-feira, 7 de agosto de 2014
No livro de Maria Filomena Mónica
– Diários de Uma Sala de Aula, na página 73, 2ª edição de março de 2014,
encontrei um parágrafo algo interessante sobre a obra do nosso Nobel, o livro
“O Memorial do Convento” que gostaria de partilhar convosco, já que, segundo a
autora, pela mão de um diário ficcionado de uma professora da disciplina de
português, dá para pensar sobre a forma como os nossos jovens alunos têm para
dizer sobre a obra de leitura obrigatória e que tem vindo a ser tema de matéria
de exame nacional de português:
“Na turma dos “tertulianos”, dos
futuros engenheiros, ninguém tinha concluído a leitura do Memorial. Mas, à sua boa maneira, tinham arranjado uma série de
“boas” justificações. Embora Saramago fosse Nobel da Literatura, o romance era
desinteressante. Era uma bíblia de maus costumes. O rei tinha como amantes as
freiras. Queimavam-se pessoas no Rossio e fazia-se uma festa à conta disso.
Blimunda era uma personagem sem sal. Já para não falar do facto de o autor não
saber escrever, não conhecer as regras de pontuação, usar frases longuíssimas,
aborrecidas, sem fim, que exigiam voltar atrás na leitura montes de vezes,
etc.,etc. «Muita lábia, pouco trabalho… já percebi, não se cansem. Na próxima
aula, com a leitura já terminada, esclareceremos esses assuntos» - respondi. As
intervenções revelavam algum espírito crítico e demonstravam que, embora a um
ritmo desejável, a leitura estava a ser feita.” Fim de citação.
Agora caríssimos, aqueles que já
leram a obra, em especial os senhores professores, o que acham? É este o
sentimento generalizado dos nossos jovens pouco despertos para a leitura de
obras literárias? Eu sinceramente gostei de ler o Memorial do Convento, e já o
li por mais de uma vez, mas, há sempre um mas…. Fico-me por aqui nos meus
pensamentos.
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