domingo, 31 de agosto de 2014

Amor tão longínquo!


Lá longe no horizonte, vejo nascer.
O belo Sol que lentamente aparece,
Num amanhecer que a Terra irá aquecer,
Como o teu corpo que me enlouquece.

Como o Sol que traz a luz do dia,
É o teu amor que me guia a vida.
Me explode em ondas de alegria.
Me abraça e ameno me dá guarida.

Sinto meu corpo todo a tremer,
Ao imaginar o desejo do teu olhar,
Da tua boca o murmurar de querer,
Loucamente no oceano mergulhar,

Para todo ele percorrer e vir aqui ter,
Os bicos dos teus seios entumecidos,
Teus belos cabelos molhados aparecer,
Teu cheiro me cobrir de beijos mudos.

E um desejo intenso de mim se apossar.
Nem consegues imaginar o quanto quero.
Poder-me todo envolver sem um sussurrar.
Sentindo a minha paixão aumentar fero.

Teus doces lábios quentes poder beijar,
Sentir a humidade de teu corpo contra o meu,
Quando com todo o amor te estiver a abraçar
Destruir as amarras que a distância teceu!

Oh! Meu grande amor minha amada,
Aceitai-me com todo meu desejo dado!
Não sentis que se agora não me deres entrada,
Não vai ser quando a vida já for passado?

© - 2014 – José Ferreira Bomtempo

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Aí longe amor brilhante

Muito me custando manifestar justamente,
Com a minha subtil sabedoria entorpecida,
Aqui longe, onde enxergo o meu amor ardente,
Unindo-me à coragem e perseverança perdida,
Venho impercetível eclodir, demente,
O que por você, sinto na vida, sinceramente…

É um acerbo em meus lábios a divisar,
Por todo o corpo a percorrer um arrepio,
Contra o meu ser um estrépito a gritar,
A experimentar quente e frio um calafrio.
Pois apesar de longe e separados,
Sinto que estamos muito amparados.

Sinto que nos desejamos muito mais,
Do que se estivéssemos acostados,
Se ficássemos juntos vivíamos aos ais!
Como aqueles seres do “Mal” possuídos…
Pois daqui és o sol que acalenta minha alma,
Animais todo o meu ser e me acalma!

© - 2014 – José Ferreira Bomtempo

domingo, 24 de agosto de 2014

Amor! Ardor! Sentimento!

Amor! Ardor! Sentimento!
Como subtil nos embalas,
A razão e o entendimento,
Como estrelas abrem alas!

Um calafrio nos acarinha,
Um extraordinário querer,
Pessoa amada minha,
Possuir, entrar, pretender!

Em seu rosto adorá-la,
Ao seu sorriso sorrir,
De frente arrostá-la,
O seu deleite anuir!

Em sua doce torpeza,
Jamais querer partir,
Com toda a subtileza,
A sua alma se unir!

Com ardor brilhante honrar,
Superando o dissentir,
Para que depois de amar,
Um só pensar a confluir!

Até à exaustão, beijá-la,
Desejar seu regaço colher,
Imensamente desejá-la,
Até um só corpo de luz ser!

© - 2014 – José Ferreira Bomtempo

sábado, 23 de agosto de 2014

Meu amor dalém mar

Meu amor dalém mar,
Estou aqui neste lugar,
Sem poder aí chegar,
Para você poder amar,

É irónico se a quiser beijar,
Tanto que tenho de me deslocar,
Para então lhe poder tocar,
Porque está noutro lado do mar,

É injusto ter de justificar,
Quererem-me aprisionar,
Porque não posso lá chegar?

Eles querem-me arredar,
Porque descobri que amar,
A privação tenho de suportar…

© - 2014 – José Ferreira Bomtempo

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Sentir meus lábios junto aos teus.

Oh, como desejo querer sentir teus,
Doces lábios juntinhos aos meus,
Minhas mãos apertar pulsos teus,
Teu arfar, sussurrar, ouvidos meus.

Apertar meu corpo contra teu peito,
Minha língua com um bom jeito,
Percorrer teu corpo sem preconceito.
Meus olhos fechados, teu amor aceito,

O cheiro de teu cabelo emanado,
Que minha alma inunda de amor,
O teu desejo, meu desejo irmanado,

Querer-te apertar e percorrer,
Arrancar tuas roupas com furor,
Para nosso amor sempre viver…

© - 2014 – José Ferreira Bomtempo

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Defecit

O deficit é uma obsessão,
Uma mais que vil opressão,
Uma grande confusão,
Que governos faz cair,
O pobre povo faz sofrer,
Os ricos, cada vez mais enriquecer!

Não há sentimentos possíveis,
Nem palavras que exprimam,
Ou que possam descrever,
O meu na pele sofrer,
Aquilo a que me obrigam,
O não poder comer!

Meus filhos amamentar,
Meus filhos a fome matar,
Meus filhos poder alimentar,
Meus filhos poder calar,
Meus filhos poder criar,
Deles homens fazer…

Porque eles que mandam,
Que para lá foram,
Porque os lá puseram,
Porque assim deixaram,
Fazem o que querem,
Sem ninguém que lhes trave com a mão!

Quero lá do deficit saber,
Dessa vil obsessão,
Dessa ignóbil opressão,
Dessa odiosa depressão,
Quando na minha mesa singela,
O que me falta é o pão?

Não existem palavras,
Pois a fome é tanta, tanta,
Que me tolda a razão,
Para que possa exprimir,
Sem saber porquê,
O que me vai no coração!

Que só me faz odiar,
Os que imoralmente mandam,
Vilmente sem nenhuma decência,
Pedir que nos sacrifiquemos,
Por essa infame obsessão,
Sem saber nem porquê ou para quê?

Para quê ter de controlar o deficit,
Que só me rouba o pão,
Que meus filhos de fome mata,
Que me pisam com a pata,
Que só me tolda o pensamento,
E o sentido da vida me faz perder?

© - 2014 – José Ferreira Bomtempo

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Portugal e a falta de Segurança

A propósito de falta de segurança e tendo em conta aquilo que se passa por Albuferia, nesta época do ano, de apostas, boinas, bonés e desautorização das Forças de Segurança, transcrevo a opinião de alguém que tem voto na matéria e faz parte com muito gosto das minhas relações pessoais:
1. A insegurança é um sentimento. Sente-se, cheira-se. É necessário falar claro para as forças de segurança ao nível político. Não como instrumento de política partidária governativa, mas a um nível institucional suprapartidário e com sentido de Estado. As forças de segurança estão cansadas de boas intenções, discursos elaborados, promessas e de serem motivo para discursos e debates ocasionais que têm origem em problemas sociais profundos ou mal resolvidos.
2. É necessário o convencimento por parte de todos os acores sociais de que o Estado é o único e legitimo gestor da violência. Sim, violência porquanto o Estado é o único que tem legitimidade para utilização de meios coercivos entre os quais se incluem o uso da força, seja para cumprir um mandato de detenção, seja para reprimir desacatos e alterações da ordem pública e repor a paz e tranquilidade pública.
3. Ter a coragem simplificar e estabelecer um quadro legal objetivo, sem excessos de proliferação jurídica, do qual resulte de forma muito clara que as Forças de Segurança existem para proteger, respeitar e ser respeitas, definindo deveres e direitos dos cidadãos e dos elementos das Forças de Segurança.
4. Porque estamos a falar de Direitos, Liberdades e Garantias, também devemos falar de Deveres. As Forças de segurança têm que saber perfeitamente aquilo que devem fazer, o que podem fazer e aquilo que não podem fazer, distinguindo claramente o cidadão pacífico do desordeiro reincidente ou do criminoso profissional.
Mas também deverá caber aos cidadãos em geral e ao poder politico e jurisdicional em especial, garantir o prestígio dos Corpos de Segurança do Estado. Se assim não for correremos o risco de assistir a uma degradação da motivação e do Moral dos elementos que compõem as Forças de Segurança e continuaremos a assistir a operações STOP sem nexo, de carácter terceiro-mundista, a parar veículos a olho, só porque tem que ser e sem haver suspeitos, numa caça à multa em que o automobilista pacato é que paga a necessidade de mostrar hierarquicamente serviço.
4. Também uma palavra para a cadeia de comando.
Que se faça sentir a Acão de comando Srs. Comandantes. Saiam dos gabinetes e comandem os efetivos. Conheçam profundamente as áreas de operações nas suas jurisdições. Façam rondas e contactem as populações para recolher opiniões e informações comparativas e saber também se e como os seus efetivos cumprem as missões. Dêem-se a conhecer às populações. Têm que responsabilizar os efetivos nas áreas de policiamento, saber onde estiveram, o que fizeram, como atuam, quais os seus hábitos e as suas preocupações. Tomem medidas para que se antecipem aos acontecimentos e por estes não sejam surpreendidos. Têm que trabalhar muito Srs. Oficiais. Sai do pelo mas se o fizerem e respaldarem legitimamente e com competência os vossos efetivos, se derem a cara e o exemplo, têm agentes da Lei até ao fim do mundo e ninguém tira bonés, boinas o que lhe quiserem chamar, nem há apostas de gozo pois sair-lhes-á cara a brincadeira.
O respeito pelos cidadãos e comunidades que servem, a legitimidade, a preparação adequada, o enquadramento, a disciplina, o espírito de missão e o respeito pela Lei, dar-lhes-ão a Força da Razão e seguramente a satisfação do dever cumprido.

Este artigo de opinião é da autoria de, 
João F. de Paiva

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Montepio também está falido?


Não acredito! O que se passa no Montepio não tem nenhuma comparação com os casos que abalaram a nossa praça financeira como o BPN, o BPP, o BCP, o Banif e finalmente o pior deles todos, o BES, pois os montantes envolvidos neste caso são muito baixos relativamente aos referidos anteriormente. O Fundo de Participação Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) foi criado em 2013, com o valor de 200 milhões de euros, com o objetivo de ajudar a reforçar o capital do banco comercial do grupo mutualista. Este foi altamente contestado na altura por parte dos quadros do grupo, pois, pela primeira vez nos 170 anos de história, a Associação Mutualista deixou de ser detentora de 100% do capital da CEMG, sendo que o Montepio Geral é uma instituição mutualista com gestão “sui géneris sem qualquer semelhança noutra instituição bancária em Portugal. Portanto, as investigações em curso, têm a ver mais com um caso de polícia e não de uma possível falência da instituição, já que, a forma de gerir este banco não é a clássica, que pode levar os banqueiros ao nepotismo e à corrupção institucionalizada e muito conhecida ultimamente na nossa praça, mas mais de uma instituição bancária cooperativa. É pena que em Portugal não existam mais instituições bancárias do género em que os acionistas cooperantes poderiam vir a ser constituídos pelos sindicatos, as associações patronais ou mesmo os partidos políticos, como já acontece em alguns casos em muitos países evoluídos do mundo.

© - 2014 – José Ferreira Bomtempo

Quem inventou o beijo?


Não sou o homem que inventou o beijo,
Seja o beijo de amor, de carinho, de judas,
Nem que seja um só beijo, que se dá sem pejo,
Um breve beijo, subtil, sem que me confundas,

Quando em ti vislumbro aquele olhar,
Aquele sentimento que de ti clama,
Como se o fizesses para me afagar,
Lançando-me do amor a tua flama,

Que só tu e eu conhecemos a trama,
Daquele grande momento de ardor,
Aquele sentimento que de ti emana
Lembrando-me do instante de furor…

Mas não, não é isso o que daqui assisto mudo,
Num esforço incontido impulsivo até à exaustão,
Numa implosão, pudesse sussurrar-te ao ouvido,
Amo-te, amo-te tanto até me doer o coração.

© - 2014 – José Ferreira Bomtempo


Tanto cansaço para quê? Basta inspirar com sentimento um pouco da energia que emana de um lindo pôr-do-sol. Magnifico.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Quero um beijo assim


Desejo tocar nos meus teus lábios,
Sentir sopros de carinhos eternos,
O calor de tuas carícias em meus olhos,
Minhas mãos em teus dedos enleados,

Unindo as bocas nos mesmos anseios,
Num aperto cheio de doces afagos,
Sentir meu peito apertando teus seios,
Num desejo febril soluçante de espasmos,

Que atiça todo o meu corpo em chama,
Na firme procura do desejo de te querer,
Em luta pela razão do amor são, que clama
Querer-te, até mais não, aonde não sei ver,

Procurar o beijo que me deixa prostrado,
Depois que ambicionei sentir aquele desejo,
Da tormenta em que vivo enfeitiçado,
Que me consome por dentro quando te beijo,

O meu corpo, o teu corpo, clama em flamas,
A vida inteira aplaque o meu desejo em ti!
Oh amor! Quero sentir-te bem junto aqui,
Nunca deixes de dizer que me amas…

© - 2014 – José Ferreira Bomtempo

Tanta paixão, tanto amor! Porque será que com tanta paixão e tanto amor para dar e receber há de haver tanta guerra e tanta destruição das coisas boas da vida? O homem é muito estúpido a maior parte do tempo...

O que interessa é o momento. O presente já é passado. O futuro é uma incógnita que vamos construindo, esquecendo muitas vezes as lições do passado.

sábado, 16 de agosto de 2014

Philip Roth na Atual

Clara Ferreira Alves escreve sobre a vida e a obra de um dos maiores romancistas norte-americanos. Leia a entrevista no Atual do Jornal Expresso




sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Diz que me amas


Com a poesia canto,
Todo o meu amor,
Deste recatado canto,
Com todo o ardor!

Toda a grande paixão,
Que me vai na alma,
Toda a grande emoção,
Que não me acalma

Quando em ti vislumbro,
Aquele doce olhar,
Que em mim umbro,
Não consigo enxergar,

Com a poesia declamo,
Todo o meu encanto,
Como um submisso amo,
Toda a minha voz em pranto!

Aquilo que de mim desejas,
Que por mim clamas,
Quero que me protejas,
Diz que me amas!

© - 2014 – José Ferreira Bomtempo

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Solidão e depressão

Não me deixes só a carpir as minhas mágoas neste quarto escuro com uma cama só em que não há ninguém a meu lado para me fazer companhia e me poder compreender nem que seja só para me dizer; “Olá! Estou aqui, não me fui embora, voltei e quando quiseres diz o que te magoa a alma, o teu sentir, conta comigo”!
Estultícia anafada, para quê tanta estupidez no mundo para andar à cabeçada, quando o autismo não nos diz nada, pois se os outros nos dizem sermos gente atrasada que não sabe fazer nada, que sabem eles daquilo que está no nosso cérebro, na nossa mente, o que nos tolda o pensamento? A solidão depressiva é a mais difícil de suportar, mas o ser humano por vezes isola-se para carregar as baterias que descarregou ao desperdiçar as suas energias em coisas fúteis e sem qualquer utilidade para a sua formação, injetadas pela sociedade de consumo que o rodeia e pela burocracia que o massacra todos os dias, para atingir objetivos estúpidos e sem qualquer sentido ou razão que possa contribuir para a nossa felicidade.
Assim, um dia, sem que demos por isso caímos na depressão. O maior problema surge quando a crise não é ultrapassada e então aí é preciso socorrermo-nos da solidariedade. Mas para isso é necessário que se esteja disposto a agarrar a corda que é atirada para o fundo do poço onde nos encontramos. É aí que reside o maior problema da recuperação do nosso estado de espírito.

 © - 2014 – José Ferreira Bomtempo

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Nunca é tarde


Nunca é tarde,
Para descobrir,
O que nos vai na alma,
O enganar e o fingir,
O reto sentir,
Que nos acalma.
O desejo de amar,
De descobrir,
De nos sabermos,
Aquilo que somos,
Para que fomos,
Feitos e criados,
Do Éden irmanados,
Para nosso Ser,
Vir a descobrir,
Que nunca é tarde,
Para sempre poder,
Para sempre saber,
Que nunca é tarde,
Para Deus amar!

© - 2014 – José Ferreira Bomtempo

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Homenagem a Robin Williams


Sinceramente, fiquei mesmo chocado esta manhã quando soube a notícia. É um dos meus atores de eleição. Vi todos os filmes em que ele entrou e alguns deles mais de dez vezes. No meu livro "No Reino das Anjos" falo dele em determinado contexto no filme "Para Além Do Horizonte". É uma grande perda para o mundo das artes o seu desaparecimento.

Robin! Penso que encontrarás no astral a paz que aqui te faltou neste mundo material. Peço aos teus fãs que revejam o filme: "http://www.imdb.com/title/tt0120889/
E se e tu acreditaste no filme que protagonizaste então estarás mais bem posicionado no mundo astral do que aqui. Que descanses em paz e agora vais ter tempo de sobra para nos observares de outro ângulo! Aqueles que por obras valorosas da lei da morte se vão libertando. Bem hajas!

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Razão da Prosa e da Poesia

Adoro muito ler e escrever,
Sejam romances ou poesia,
Porque sempre me fizeram ver,
Muito mais do que queria.

Com a palavra em poesia,
Posso cantar este mundo,
Sem qualquer hipocrisia,
Grito qualquer ato imundo!

Com a palavra em romance,
Com muita subtil galhardia,
Denuncio até onde alcance,
Qualquer infame vilania!

Com romance e poesia,
Duas formas de expressão,
É com grande ousadia,
Que faço minha missão!

Com poesias e prosas,
Posso oferecer flores,
Dar a todos não só rosas,
Mas também ódios e amores!

Denunciar aos quatro ventos,
Dos humanos seus cruéis atos,
Atitudes de maus intentos,
Comportando-se como ratos!

Dos políticos os maus propósitos,
Usando a palavra aos enganos,
Fazendo guerras e conflitos,
Sempre, sempre a causar danos!

Com atitudes tão miseráveis,
Sem que daí resultem factos,
Os maus políticos são detestáveis,
Só para ganharem alguns votos!

Fazem enganosas dissertações,
Sem que daí resultem,
Quaisquer boas utilizações,
Já que depois só discutem!

Posso com a escrita da palavra,
Denunciar toda a vilania,
Colher uma boa lavra,
Aguardar o fim da tirania!

Ao declamar uma boa poesia,
Cantando a palavra escrita,
Posso denunciar a hipocrisia,
Acabar com toda a compita!

Com os mais belos poemas,
Posso pedir o chamamento,
À boa causa dos sistemas,
A prece ao Éden firmamento!

Evocar a força da razão,
Dar-nos a paz e a concórdia,
Destruir a ignominia do vilão,
Ah! Como suspiro por esse dia!


© - 2014 – José Ferreira Bomtempo

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Porquê Estudar Saramago?


No livro de Maria Filomena Mónica – Diários de Uma Sala de Aula, na página 73, 2ª edição de março de 2014, encontrei um parágrafo algo interessante sobre a obra do nosso Nobel, o livro “O Memorial do Convento” que gostaria de partilhar convosco, já que, segundo a autora, pela mão de um diário ficcionado de uma professora da disciplina de português, dá para pensar sobre a forma como os nossos jovens alunos têm para dizer sobre a obra de leitura obrigatória e que tem vindo a ser tema de matéria de exame nacional de português:
“Na turma dos “tertulianos”, dos futuros engenheiros, ninguém tinha concluído a leitura do Memorial. Mas, à sua boa maneira, tinham arranjado uma série de “boas” justificações. Embora Saramago fosse Nobel da Literatura, o romance era desinteressante. Era uma bíblia de maus costumes. O rei tinha como amantes as freiras. Queimavam-se pessoas no Rossio e fazia-se uma festa à conta disso. Blimunda era uma personagem sem sal. Já para não falar do facto de o autor não saber escrever, não conhecer as regras de pontuação, usar frases longuíssimas, aborrecidas, sem fim, que exigiam voltar atrás na leitura montes de vezes, etc.,etc. «Muita lábia, pouco trabalho… já percebi, não se cansem. Na próxima aula, com a leitura já terminada, esclareceremos esses assuntos» - respondi. As intervenções revelavam algum espírito crítico e demonstravam que, embora a um ritmo desejável, a leitura estava a ser feita.” Fim de citação.

Agora caríssimos, aqueles que já leram a obra, em especial os senhores professores, o que acham? É este o sentimento generalizado dos nossos jovens pouco despertos para a leitura de obras literárias? Eu sinceramente gostei de ler o Memorial do Convento, e já o li por mais de uma vez, mas, há sempre um mas…. Fico-me por aqui nos meus pensamentos.

domingo, 3 de agosto de 2014

Dor de Amar


A dor que esta tarde aqueceste,
As mãos que nos olhos me viram,
O amor exato, vivo, que me deste,
O fogo onde sinto que partiram,

O horror de um amor que destruiu,
A fria quietude do meu quotidiano,
Que todo o meu ser consumiu,
É muito maior de que um tirano,

Falha aqui tudo o que amámos,
A perturbar a minha simples nostalgia,
O embalar das lágrimas que beijámos,

A pura ressonância da alegria,
Nunca te esqueças aquilo que passámos
Para terminar tudo numa elegia,


© - 2014 – José Ferreira Bomtempo

sábado, 2 de agosto de 2014

Paixão


Se amar é paixão, então não te quero amor,
Pois o que por ti sinto é muito mais!
Amar é simples, é mirar, é olhar meu amor,
Paixão é sofrer, é querer tudo até demais,

Se te quero para sempre a meu lado,
Sofrer, querer ter até mais não,
Em ti entrar até ficar prostrado,
Então o que por ti sinto é paixão!

Porque será que todo o apaixonado,
Tem que sofrer tamanha privação,
Sempre que fica no amor aprisionado?

Porquê tanto sofrer de paixão?
Será que é por estar enredado,
De ficar para sempre em comunhão?

© - 2014 – José Ferreira Bomtempo

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Com o Meu Amor



Com o meu amor,
Eu quero estar!
Com o meu benquisto,
Eu quero estar!
Com o meu mais que tudo,

Eu quero estar!
Acima de tudo,
Eu quero estar,
Com o meu amor,
Amor a praticar!

Quero-lhe sentir,
Quero-lhe sussurrar,
Quero-lhe tocar,
Quero-lhe entrar,
Quero-lhe unir.

Descobrir seu vulcão,
Descobrir seu corpo,
Descobrir seu tato,
Descobrir seu agrado,
Descobrir seu clarão.

Conquistar seu prazer,
Conquistar seu afeto,
Conquistar sua fonte,
Conquistar seu Graal,
Conquistar seu querer…

Acabar com as intolerâncias,
Acabar com os receios,
Acabar com as invejas,
Acabar com os ciúmes,
Acabar com as renúncias!

Com o meu amor,
Quero-lhe desvendar,
Quero-lhe agigantar,
Quero-lhe enxergar,
Quero-lhe alegrar!

Ao meu amor,
Só lhe quero caber,
Só lhe quero tomar,
Só lhe quero ter,
Só lhe quero amar!

Para com o meu amor,
Com todo o meu almejar,
Do fundo do meu ser,
Só lhe quero dar…
Todo o meu bem-querer!

© - 2014 – José Ferreira Bomtempo