segunda-feira, 29 de outubro de 2007

EDUCAÇÃO PARA ONDE VAIS?

Ou estamos todos cegos, ou então piores que cegos, pois não queremos ver!
Eu explico melhor:
Será que não estaremos a querer ver que tudo o que se passa no Ministério da Educação, não é mais do que uma questão de números no seu orçamento e portando, como este é parte do Orçamento Geral do Estado, há que proceder por aí a uma parte do controlo do Deficit?
Assim como há que cortar nas verbas, para equilibrar o orçamento, vamos fazer politica demagógica liberal ultrapassada, estilo velhinha senhora da Inglaterra, (recordam a Margaret Thatcher da Reaganomics?). E então o que vamos fazer? Pensam os senhores ministros! Toca de substituir os nossos cursos tecnológicos e de prosseguimento de estudos do Ensino Secundário e de uma parte do Básico, por CEF's, Profissionais, certificações de competências, (ou diria de "Incompetências?"), aliando assim as verbas do PRODEP, que já vai no III e depois virá o IV, em conjunto com os dez milhões de Euros por dia, que vêm aí do próximo quadro comunitário, ao orçamento do Ministério da Educação, só para fazer baixar os custos, etc...., fazendo até que os professores faltosos tenham que repor as aulas não dadas, mesmo que sejam ao abrigo da Lei da Greve e da Lei Sindical, ou mesmo que tenham apresentado um atestado médico, para certificar uma gripe, daquelas que dão quarenta e um graus de febre e que só se curam com três dias de cama!
Caros colegas, (e fiquem sabendo que há muitos colegas do nosso lado da trincheira, mas alguns deles, infelizmente, com contratos precários ou na fila do desemprego, que concordam com aquilo que estou a dizer, pois são apologistas da defesa destes cursinhos Profissionais, CEF's e Certificação de competências, estilo só para inglês ver), os senhores que actualmente nos governam estão-se marimbando para a Escola Pública ou mesmo a Privada! Abramos os olhos! O que eles querem é baixar os custos! Os Custos, repito! Não estão a ver que estamos a ser regidos pelos mais papistas que o Papa, correia de transmissão dos neo-neo-liberais de Bruxelas, que querem a todo o custo fazer baixar os custos do orçamento e por consequência do Deficit, do malfadado Deficit, cortando erradamente naquilo que é o futuro deste país, que é a verdadeira educação da nossa juventude, promovendo e certificando os, (desculpem-me a palavra que estou a ofender o animal),"Burros" em Doutores? E depois quais serão as empresas e as verdadeiras Universidades de "Bolonha", que querem lá gente desta?

Se o saudoso Fernando Pessa ainda fosse vivo diria: “E ESTA EIN”?
E que diria o grande Agostinho da Silva, se ainda estivesse entre nós, a participar na Blogoesfera?
Desculpem-me, mas abramos pois os olhos caros colegas!
P.S. A propósito qual é a politica do senhor Doutor (Médico Pediatra) Filipe Meneses para a educação? Se ele for o nosso futuro Primeiro-ministro o que vai fazer? Continuar com este Estado de Coisas? Ou fazer como o saudoso Salgueiro Maia? É lamentável não é? Desculpem-me mais uma vez, é que eu sinceramente não sei qual é a politica dele para a educação! É que assim se já estamos mal, ainda o vamos estar a ser por muitos e longos anos, até que um dia, sim, até que um dia, tudo esteja já um autêntico charco e então nessa altura já seja tarde demais para que possamos ver melhor o que fazer a este pais!
Desculpem mas antes de terminar, ia-me esquecendo de lembrar ou de dizer que, (apenas só para relembrar, pois muitos como tu já o sabem), nos cursos profissionais e nos CEF's não há manuais escolares adoptados, portanto os verdadeiros Professores, (para não dizer ofensivamente os Formadores), que se amanhem à procura no motor de busca do Google, pelas livrarias e pelas bibliotecas, usando o seu precioso tempo que não é pago de forma nenhuma, nem está incluindo no seu contrato de docência, algo com que se apoiar, e muitas das vezes só o encontra em idioma estrangeiro, como por exemplo na língua que falam os americanos, com as inerentes dificuldades de tradução, para poderem dar as aulas com um mínimo de dignidade, e assim não terem de passar as horas lectivas a fazer de, "Verbo de Encher", entretendo os alunos como, em coincidindo, acontecia em certos cursos do velhinho "Curso de Formação Profissional", com o velho apoio do Fundo Social Europeu!

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

SUGESTÃO DE LEITURA

EURICO O PRESBITERO


Quem foi Eurico o Presbítero? Lenda Mito?
Personagem histórica criada pelo grande escritor, historiador Alexandre Herculano, ele-vado aos píncaros de herói romântico, Eurico personifica o semideus mítico do povo visigótico, gardingo na corte de Vitiza, que se opõe estoicamente à invasão da Hispânia pelo infiel Tariq, que com o conluio dos traidores Juliano, Conde de Septum (actual Ceita) e Opas, Bispo de Híspalis (actual Sevilha).
Apaixonado por Hermengarda, pelas sombras que se lhe opõem pelas questões familiares, não vê o seu amor correspondido, optando então isolar-se como presbítero numa diocese situada em Carteia nas montanhas do Calpe. Aí, sublima as dores da sua grande paixão, percorrendo de dia as montanhas com grandes caminhadas, e, à noite, bem até de madrugada dedica-se ao estudo e à meditação, até ao dia em que é surpreendido por um Ostiário encarregue de o servir, que o vê adormecido sobre um dos seus escritos, um dos belos hinos poéticos tantas vezes cantado na Sé de Híspalis e por todo o reino Visigodo.
A vida de Eurico corre no seu lendo marchar até ao dia em que é surpreendido pelos pre-parativos que nas montanhas de Carteia, os traidores do reino e o infiel Tariq, tecem para efectuar a invasão da Hispânia.
Debalde, os seus alertas chegam à corte de Roderico sedeada em Toletum, mais preocu-pada com as suas intrigas palacianas e entregue à lascívia, levando ao auge o seu vício da corrup-ção.
Como consequência inevitável, perante tanta permissividade dos poderes corrompidos, Tariq reforça os seus meios militares com o conluio dos traidores Juliano e Opas, forçando no momento propício o confronto com as forças de Roderico, levando-o à batalha do rio Chrysus ou Guadalete.
No seu início o rumo da batalha apresenta-se favorável às forças do rei Visigodo, no entanto a perfídia dos traidores de Septum e de Híspalis, levam o fiel da balança a pender para as forças invasoras, saindo dela vencedora o representante do Islão, apesar de no auge da batalha ter surgido uma figura fantástica, refugiada no seu traje de guerra, que se tornou lendária pela sua ousadia e coragem.
Quem é este cavaleiro, carregando ao mesmo tempo tanta audácia como heroísmo? Ele é o Cavaleiro Negro que por onde passa semeia o Terror e a Morte! Infelizmente para os Cristãos, tanta coragem não serve para alterar a sorte da contenda e no fim do dia Roderico é derrotado dan-do-se como consequência a invasão e o vandalismo da península com a queda do reino dos Visi-godos.
Estará dita a última palavra e praticado o último acto por parte dos infiéis? Estará o Oci-dente Cristão condenado a vergar-se ao Infiel do Islão? Não! Porque nas montanhas das Astúrias, um pequeno foco de resistência tem início, e, aí, um pequeno reino cristão vai dar começo à luta de libertação que vai prolongar-se por mais de oito séculos, tendo por protagonista Pelágio, descen-dente de Fávila o antigo duque de Cantábria e irmão de Hermengarda, salva “In Extremis” das garras dos infiéis, num acto de coragem sem precedentes, e por quem? Exactamente por doze bra-vos cavaleiros, comandados pelo lendário Cavaleiro Negro? E que é afinal esse mítico Cavaleiro Negro?
Para o desvendar sugere-se a leitura deste maravilhoso romance de cavalaria singelamente escrito por um dos nossos grandes historiadores e romancistas do século XIX.

José António Paiva
Póvoa do Lanhoso, 22 de Outubro de 2007

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

LEVANTA-TE CONTRA A POBREZA


Aqui neste arrogante lugar observo de perto,
Com um profundo sentir no coração um aperto,
O meu irmão com a síndrome da pobreza,
Vivendo em sua fria tibieza,

Aquele que já não consegue lutar,
Por aquilo que lhe confere o direito,
De ter tanto como eu, um digno lar,
Porque as injustiças do mundo a preceito,

Lhe tiraram o que de direito era seu!
Com o suor no rosto exploram-no até mais não,
Sugam-lhe o sangue e tiram-lhe o pão da mão,
O remédio que lhe é devido a tanto como eu!

É tempo de dizer basta! Chega de tanta injustiça!
Mendigo desgraçado filho de Deus, má raça!
Pobre na bolsa, rico na mente, se já não o podes fazer,
Então exige aquilo que de direito é teu ter!

Porque nós hoje, amanhã e sempre, aqui deste lugar,
Saberemos com nossas almas em uníssono gritar,
Contra todas as injustiças do mundo!
Levanta-te e ri com bom sorrir profundo,

Com escárnio ri-te aos verdadeiros pobres,
Aqueles que se armam em novos-ricos,
Pois só tu poderás com as forças que te restam perenes,
Pela tua pobreza levantar-te e lutar aos desmandos,

Pois todos nós aqui estamos para te ajudar!

Autor
José António Paiva
Póvoa de Lanhoso, 17 de Outubro de 2007