segunda-feira, 22 de outubro de 2007

SUGESTÃO DE LEITURA

EURICO O PRESBITERO


Quem foi Eurico o Presbítero? Lenda Mito?
Personagem histórica criada pelo grande escritor, historiador Alexandre Herculano, ele-vado aos píncaros de herói romântico, Eurico personifica o semideus mítico do povo visigótico, gardingo na corte de Vitiza, que se opõe estoicamente à invasão da Hispânia pelo infiel Tariq, que com o conluio dos traidores Juliano, Conde de Septum (actual Ceita) e Opas, Bispo de Híspalis (actual Sevilha).
Apaixonado por Hermengarda, pelas sombras que se lhe opõem pelas questões familiares, não vê o seu amor correspondido, optando então isolar-se como presbítero numa diocese situada em Carteia nas montanhas do Calpe. Aí, sublima as dores da sua grande paixão, percorrendo de dia as montanhas com grandes caminhadas, e, à noite, bem até de madrugada dedica-se ao estudo e à meditação, até ao dia em que é surpreendido por um Ostiário encarregue de o servir, que o vê adormecido sobre um dos seus escritos, um dos belos hinos poéticos tantas vezes cantado na Sé de Híspalis e por todo o reino Visigodo.
A vida de Eurico corre no seu lendo marchar até ao dia em que é surpreendido pelos pre-parativos que nas montanhas de Carteia, os traidores do reino e o infiel Tariq, tecem para efectuar a invasão da Hispânia.
Debalde, os seus alertas chegam à corte de Roderico sedeada em Toletum, mais preocu-pada com as suas intrigas palacianas e entregue à lascívia, levando ao auge o seu vício da corrup-ção.
Como consequência inevitável, perante tanta permissividade dos poderes corrompidos, Tariq reforça os seus meios militares com o conluio dos traidores Juliano e Opas, forçando no momento propício o confronto com as forças de Roderico, levando-o à batalha do rio Chrysus ou Guadalete.
No seu início o rumo da batalha apresenta-se favorável às forças do rei Visigodo, no entanto a perfídia dos traidores de Septum e de Híspalis, levam o fiel da balança a pender para as forças invasoras, saindo dela vencedora o representante do Islão, apesar de no auge da batalha ter surgido uma figura fantástica, refugiada no seu traje de guerra, que se tornou lendária pela sua ousadia e coragem.
Quem é este cavaleiro, carregando ao mesmo tempo tanta audácia como heroísmo? Ele é o Cavaleiro Negro que por onde passa semeia o Terror e a Morte! Infelizmente para os Cristãos, tanta coragem não serve para alterar a sorte da contenda e no fim do dia Roderico é derrotado dan-do-se como consequência a invasão e o vandalismo da península com a queda do reino dos Visi-godos.
Estará dita a última palavra e praticado o último acto por parte dos infiéis? Estará o Oci-dente Cristão condenado a vergar-se ao Infiel do Islão? Não! Porque nas montanhas das Astúrias, um pequeno foco de resistência tem início, e, aí, um pequeno reino cristão vai dar começo à luta de libertação que vai prolongar-se por mais de oito séculos, tendo por protagonista Pelágio, descen-dente de Fávila o antigo duque de Cantábria e irmão de Hermengarda, salva “In Extremis” das garras dos infiéis, num acto de coragem sem precedentes, e por quem? Exactamente por doze bra-vos cavaleiros, comandados pelo lendário Cavaleiro Negro? E que é afinal esse mítico Cavaleiro Negro?
Para o desvendar sugere-se a leitura deste maravilhoso romance de cavalaria singelamente escrito por um dos nossos grandes historiadores e romancistas do século XIX.

José António Paiva
Póvoa do Lanhoso, 22 de Outubro de 2007

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