domingo, 28 de setembro de 2014

Tudo não passou de um sonho

Na violência do silêncio partilhado,
O roçagar da tua respiração harmoniosa,
Faz-me vibrar o coração armadilhado,
Quando desperto na manhã ociosa.

Admiro do teu corpo os contornos,
A meu lado tão formoso deitado,
Descontraído, absorto a olhar-nos,
Tua boca, cabelos, orelhas a me ser dado.

Da minha razão disparam loucuras,
De querer-te enlaçar, abraçar, beijar,
No teu corpo escrever-te travessuras,
Superando-me para em ti poder entrar…

Mas se tudo não passou de um sonho,
Um sonho que se esfumou na realidade,
E se a realidade não passou de um sonho,
Quando poderei então ter-te de verdade?


© - 2014 – José Ferreira Bomtempo

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