quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Os Porttoguezi

Gli Porttoguezi
********************************************************************************** As palavras que titulam este artigo dizem-me tudo daquilo que somos! Não gostaria de traduzi-lo para já, porque perde de imediato todo o sentido do que posteriormente vou expor sobre aquilo que penso do povo que já fomos, somos e pretendemos vir a ser. São comentários de um auto didacta, que pode exteriorizar saber muito, mas não sabe tudo.
Que penso então sobre o mundo que me rodeia e me faz sentir “Porttoguezi”? Que vivo num território habitado por um povo, “sui géneris”, com características próprias e que não existe em mais nenhuma parte do mundo? Isso não é novidade nenhuma! O mesmo pode ser dito de um letão, de um polaco ou de um grego! Todos eles são cidadãos, que vivem tal como eu, num território, com características próprias e que os distinguem uns dos outros, que não seja para já, falarem uma língua inerente, senão, não seriam independentes uns dos outros! Sucede que os antes descritos, até têm mais de uma característica comum, são cidadãos da União Europeia, e como tal vivem ou estão na Europa, se não estiverem emigra-dos, e portanto têm laços com o continente europeu.
Mas então o que distingue os portugueses dos outros povos? O que é que os distingue de uma forma emblemática, ao ponto de nos fazer ser conhecidos em todo o mundo, e em especial na Itália como os “Porttoguezi”, ou seja o sinónimo italiano para português de, “Os Borlistas” que significa, aqueles que contam em escapar de um logro, ou de um pequeno pecado praticado com boas intenções, como por exemplo, ir ao teatro sem pagar com um bilhete arranjado por um amigo, ver um jogo no estádio com bilhetes arranjados por um amigo de um amigo, ou entrar na discoteca sem fazer despesa.
Este nome de “Porttoguezi”, espero que esteja bem escrito, foi introduzido na língua italiana, depois de uma embaixada ao Papa no tempo das descobertas, ter tentado obter favores de sua eminência, sem pagar os devidos emolumentos, o que seria em termos técnicos liquidar a devida bula papal, com a agravante de o Papa reinante ser há época Alexandre VI o “Bórgia” aquele que mediou a divisão do mundo pelo tratado de Tordesilhas, o Pai da Lucrécia e cujo genro era de Aragão, por sinal espanhol!
O que distingue o nosso povo, é tão só, e para isso é preciso entender bem a história universal, o sermos o resultado de toda uma mistura de sangues e raças de outros povos, que aqui passaram e aqui habitaram durante muito tempo.
Nas nossas veias corre sangue ibero, depois foram os celtas que vieram e juntando-se aos iberos deram os celtiberos. Seguidamente vieram os fenícios, os gregos e os romanos. Estes estabeleceram aqui um império latino, que se enraizou de tal forma nos nossos costumes e hábitos, ao ponto de ser a origem, ou a raiz etimológica da nossa língua, e da nossa manei-ra social de ser. Quem não ouviu já dizer que um português é “um autêntico macho latino”? E dizer de uma portuguesa mais sensual e atrevida que aquela mulher é “uma autêntica messalina”?
A seguir aos romanos, vieram os bárbaros, estando à frente deles os visigodos, que mais marcaram as nossas características “Novi latinas” da língua e costumes.
Como os bárbaros não souberam ou não conseguiram preservar, tal como o fizeram os romanos, as suas características próprias nos povos invadidos, permitiram que um novo invasor se introduzisse no território que hoje habitamos, misturando de novo o nosso sangue. Foram os árabes ou muçulmanos, como queiramos designar, que introduziram na península ibérica uma nova cultura, que revolucionou diversas áreas passando pela religião, a agricultura, o ensino das ciências exactas e naturais, ao ponto de tornar os povos invadidos de seus inimigos, dando origem a uma luta ecuménica, que ainda hoje perdura, não especialmente na península ibérica, mas pelo mundo, misturando muitas das vezes religião com terrorismo, extremismo, e fundamentalismo. Foi depois da invasão da península pelos árabes ou muçulmanos e a sua derrota por Carlos Magno na batalha de “Poitiers” no ano 732 da nossa era, que se deu inicio à reconquista cristã e o consequente criar de novos reinos, dos quais um deles o de Portugal, no teritório que hoje habitamos.
Por isso continuo a apreciar os lindos olhos das mulheres chinesas.
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José Ferreira Bomtempo
Caldas das Taipas 15 de Agosto de 2006
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