segunda-feira, 5 de janeiro de 2015
Com o
seu romance, Sete Minutos, Lara Morgado consegue de uma forma subtil e mestria
exemplares confrontar Franz Kafka com Jean Paul Sartre ao
transformar Raul, um médico conceituado de uma clínica de fertilidade, no herói
de uma descoberta que irá alterar o conceito que temos da vida tal como a
conhecemos. Quando Raul começa a ouvir vozes estranhas, no momento em que se
prepara para fertilizar mais um óvulo, durante o processo de fecundação, descobre
que sete minutos após a entrada do espermatozóide no óvulo, dá-se a formação de
um espaço no centro da célula. Este espaço tem características únicas, que não
se encontram em mais matéria nenhuma parecendo não ter qualquer conteúdo, mas
ao mesmo tempo revela uma estranha profundidade, como se não se conseguisse ver
o fundo, verificando-se que desaparece de imediato quando a célula se torna
inviável ou quando o embrião morre. Trata-se do “Criptossoma” nome científico
para «corpo oculto» sendo o responsável pela nossa identidade pelo nosso lado invisível
ou alma. No desenrolar da sua descoberta, Raul começa então a ouvir mais e mais
vozes que lhe transmitem a sua intenção de não quererem nascer. Com irá então
Raul lidar com esta sua descoberta que irá transformar para sempre o conceito
que temos de vida e de morte? Basta pois ler o que nos transmite no seu relato
a escritora Lara Morgado, neste assombroso romance, que classifico cinco
estrelas. Uma boa leitura para todos aqueles que adoram este género literário
que vai de Kafka a Sartre.
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