sábado, 7 de novembro de 2015

PRAGMATISMO E DIALÉTICA


PCP anuncia acordo com o PS

            Quando eu ainda estava na universidade a tirar a minha licenciatura deu-se a revolução do 25 de abril de 1974. Um ano depois realizaram-se as primeiras eleições, consideradas pelos observadores internacionais como tendo sido livres, para a constituição de uma Assembleia Constituinte. O Partido Socialista de Mário Soares teve uma maioria esmagadora e nós os estudantes, na altura, um pouco mais esclarecidos que a maioria da população, comentávamos que iria ser como na Suécia, país com tradições social democráticas, em que governava o Partido Social Democrata Sueco, mas sem maioria absoluta, e, que para governar, tinha o apoio do Partido Comunista Sueco, que se abstinha muitas vezes no parlamento e deixou Olaf Palm, primeiro-ministro sueco da altura governar durante muitos anos com as suas políticas sociais-democratas. Alguns de nós, os estudantes de económicas, sonhámos logo na altura se tal não seria possível também acontecer o mesmo com o nosso país. Ilusão pura pois o PCP não tinha nesses tempos a comparação do seu “homólogo” sueco, já que, o nosso, era muito hermético e burocrático e alinhava mais com os padrões da altura da guerra fria, e por tal, “Nada Feito”! Quarenta anos depois, o “Muro” caiu, a URSS implodiu e a China abriu-se ao mundo. Assim sendo, porque não acreditar que o PCP se tenha metamorfoseado? E porque não acreditar que o Jerónimo de Sousa, que já não é um Álvaro Cunhal, tenha-se, ao longo destes anos de democracia, tornado menos pragmático e por tal um pouco mais visionário, no bom sentido da palavra, fazendo, agora sim, como o seu homólogo sueco de há quarenta anos e decidir apoiar o Partido Socialista de António Costa para podermos passar todos por uma nova experiência governativa, em que, sem governar diretamente, permite-se que haja uma alternativa para acabar com a doença do “Mesmismo” que se entranhou na nossa classe politica. E, além disso, se não vivemos numa monarquia como a da Suécia, em que o rei ou a rainha, que se saiba, em nada interferem na vida política dos seus suseranos, assim nós, ao contrário dos suecos, como vivemos numa república semipresidencialista, em que, o Presidente da República é eleito pelo sufrágio direto de todos os cidadãos eleitores, poderemos eleger livremente um novo árbitro que será o fiel da balança para os próximos cinco anos que aí vêm, e prevejo sejam muito conturbados. Bem-haja!

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